quarta-feira, 6 de maio de 2009

Refúgio


Se de fuga eu preciso,
É aqui que venho,
Um lugar secreto,
Longe de tudo,
Onde eu brinco de fazer poema,
Louca, demente, doente,
Poema é coisa de poeta,
Não de gente pequena,
Mas aqui eu sonho,
Esqueço que a dor dói,
Porque a dor dói,
Em quem sente,
E a minha quando dói,
Me transporta ao meu refúgio,
Pois o poeta diz:
"O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente"...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Perdeu-se


Desencaixou,
Não sabe o rumo,
Ficou desgovernado,
Não adianta bússula,
Perdeu-se no laberinto,
Completamente perdido.
Não sabe o caminho de volta,
Quem é ele?
O Coração.

Saudade


Que invade,
Que arde,
Que abate,
Que parte,
Que sufoca,
Que mata,
Que massacra,
Que arrebenta,
Que não se explica,
Que não se sabe,
Que não se compreende,
Que insiste em ser saudade.

No Interior


Há tanto para dizer,
Mas não há para quem dizer,
Dizer o que vai aqui dentro,
Que nem eu mesmo sei,
Sentir é mais fácil,
Pois o dizer gera questionamentos,
Nem sempre haverá respostas,
Pois nem todo sentimento permite tradução,
O melhor é o recolhimento,
Voltar ao casulo, recolher as asas,
Deixar lá no interior,
Lugar chamado coração.